Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2016

Os Nativos Pálidos

Quando os europeus chegaram à ilha não havia nenhuma pegada. Ela estava nua; habitada apenas por espaços vazios, árvores e suas sombras. Assim, a ocupação foi fácil. A resistência que os europeus enfrentaram foi apenas o tempo e os esforços exigidos para o término das construções. Fizeram casas, armazéns, igrejas. Em poucos anos as famílias se multiplicaram e dobraram a esquina das gerações. Os anos seguiram, sendo interrompidos apenas no dia da Grande Partida. Durante um eclipse lunar todos na vila de repente perceberam que durante todos aqueles anos não estiveram sozinhos. Parados, fitando a luz evanescente da lua, as silhuetas dos antigos começaram a aparecer. Elas apareciam em ângulos ignorados e pensamentos reprimidos. Elas não surgiram – apenas se mostravam ao sair de suas tocaias ontológicas. Ao final do eclipse, os nativos olharam para os europeus e se foram. Eles, os nativos, os furtivos, os pálidos residentes da ilha. Eles, que sempre estiveram entre os europeus, obse

Sobre Criatividade & Sofá a céu aberto

-Esta é uma poesia de Ray Bradbury, sobre escrita e o cuidado com a criatividade. É uma das minhas favoritas. Sobre criatividade Vá com patas de pantera aonde todas as verdades minadas dormem.  Não esmague nem agarre, encontre e mantenha. Vá com patas de pantera aonde todas as verdades minadas dormem, Para detonar as sementes escondidas em segredo. Então, no seu despertar, um banho de riqueza; Saltos invisíveis, ignorados e deixados para trás Enquanto você se esgueira, bancando o cego Em seu retorno pelo caminho da selva. Onde você tinha se extraviado, encontre todas as coisas bagunçadas. Pequenas e grandes verdades emergem Onde você tropeçou em segredo selvagem ignorante Ou se fingindo assim. E, então, as minas foram minadas Num jogo fácil de passo e ataque e encontro, Mas principalmente de passo fluido, sem excesso de ataque. Atenção deve ser prestada, mas pela onça. Cuidado falso, como que indiferente, ignora cada milha E metáforas, como gatos atrás do seu sorriso, Cada uma