Pular para o conteúdo principal

Sobre Criatividade & Sofá a céu aberto


-Esta é uma poesia de Ray Bradbury, sobre escrita e o cuidado com a criatividade. É uma das minhas favoritas.


Sobre criatividade

Vá com patas de pantera aonde todas as verdades minadas dormem.
 Não esmague nem agarre, encontre e mantenha.
Vá com patas de pantera aonde todas as verdades minadas dormem,
Para detonar as sementes escondidas em segredo.
Então, no seu despertar, um banho de riqueza;
Saltos invisíveis, ignorados e deixados para trás
Enquanto você se esgueira, bancando o cego
Em seu retorno pelo caminho da selva.
Onde você tinha se extraviado, encontre todas as coisas bagunçadas.
Pequenas e grandes verdades emergem
Onde você tropeçou em segredo selvagem ignorante
Ou se fingindo assim.
E, então, as minas foram minadas
Num jogo fácil de passo e ataque e encontro,
Mas principalmente de passo fluido, sem excesso de ataque.
Atenção deve ser prestada, mas pela onça.
Cuidado falso, como que indiferente, ignora cada milha
E metáforas, como gatos atrás do seu sorriso,
Cada uma fere para ronronar, cada uma, um orgulho,
Cada uma, um belo animal de ouro que você escondeu dentro de si,
Agora convocam para colheitas na mata,
Transformadas em elefantes-antílopes que requebram
E tamborilam e racham a cabeça para intimidar,
Para ver a beleza embora haja falha.
Então, a falha descoberta, feito verruga clara,
Apressa-se para reconhecer o todo, o inteiro.
Isso feito, finja a esperteza que você não detém,
Vá com patas de pantera aonde todas as verdades minadas dormem.
Durma.


-Esta é uma poesia que escrevi, inspirado pela do Bradbury.

Sofá a céu aberto

E se por trás de todo ponto de vista
houver um olhar?
Que sorte!
Eu olhei pro sofá.
Ele tava na rua, que era escura e sem pavimento
e tinha outras mobílias desmanteladas e retorcidas sobre a poeira.
Cada armário guardava o horror da assimetria.
Mas não o sofá -
Repousava em grama fresca,
sob vigília de uma árvore e sigilo da atenção.
Não se destacava,
mas estava destacado do mundo
num esquisito equilíbrio -
Que fazia ele aqui?
Será que ficou inchado de todas as histórias que penetraram as almofadas
a ponto de expulsar as pessoas
e não caber mais em casa?
Será um ermitão?
Um mochileiro, um Frankenstein?
Tava cheio de heroína?
Cocaína?
Molho de mostarda?
É o último de uma extinção?
Eu vi o sofá e todas as histórias que incharam seu peito
E com patas de pantera fui aonde as ideias minadas dormem -
Não pensei e
deitei no sofá.

Comentários

  1. Para os Anglófonos, a versão original do poema do Ray Bradbury:
    GO PANTHER-PAWED WHERE ALL THE MINED TRUTHS SLEEP/ Not smash and grab, but rather find and keep; /Go panther-pawed where all the mined truths sleep / To detonate the hidden seeds with stealth /So in your wake a weltering of wealth /Springs up unseen, ignored, and left behind /As you sneak on, pretending to be blind./ On your return along the jungle path you've made/ Find all the littered stuffs where you have strayed; /The small truths and the large have surfaced there/ Where you stealth-blundered wildly unaware /Or seeming so. And so these mines were mined /In easy game of pace and pounce and find;/But mostly fluid pace, not too much pounce. /Attention must be paid, but by the ounce./Mock caring, seem aloof, ignore each mile/ And metaphors like cats behind your smile
    Each one wound up to purr, each one a pride, /Each one a fine gold beast you've hid inside,/ Now summoned forth in harvests from the brake/ Turned anteloping elephants that shake/ And drum and crack the mind to awe,/To behold beauty yet perceive its flaw./Then, flaw discovered, like fair beauty's mole,/Haste back to reckon all entire, the Whole./ This done, pretend these wits you do not keep,/Go panther-pawed where all the mined truths
    sleep./Sleep.

    ResponderExcluir
  2. Tijolada o primeiro!!!Muito bons!

    ResponderExcluir

Postar um comentário