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Mostrando postagens de novembro, 2018

Vulcões

O céu desce como um raio zigue-zagueando em cada sephira da criação... e atinge o chão. O mundo se parte em derivas continentais pra luz tocar profundezas abismais porque continua em zigue-zague descendo pelos núcleos magmáticos e ígneos antes de explodir verticalmente pela Kundalini de vulcões. Pra baixo nos escondemos e pra cima incineramos.

Retrato

O mundo é opaco. não existe, de fato, transparência; seus olhos é que estão quebrados. Os pensamentos são pesados, e embora seus átomos  não deformem o espaço, eles constroem o tempo. Os sólidos matemáticos são abstratos e as retas perfeitas são fictícias como são também os retratos. Qualquer realidade é só uma fotografia 

Ikai - Parte 2

Meus dedos de metal tocaram a superfície do líquido quente, quase preto, que se acumulava perto do pescoço de Yudhistira. Ele não respirava e seu cérebro estava espalhado no chão como uma pintura pós-virtual: Tinha todas as características do estilo de artes plásticas daquele período. O estilo vanguardista era uma negação à tendência anterior, cujas obras de arte eram imateriais. O Virtualismo era um estilo de arte robótica, nascido com a singularidade da inteligência artificial. O pós-virtualismo surgiu logo depois, contrariando todas as regras daquela arte que os humanos consideraram “menor”. O sangue, miolos e pedaços de ossos espalhados sobre o carpete, com parte do sofá arruinado pelo fogo (agora meio coberto com a espuma do extintor de incêndio) era, sem dúvidas, uma escultura pós-virtual. No ponto de fuga da imagem, a massa cinzenta de Yudhistira, com um alto relevo sangrento e perfumado por ferro e chumbo. Mas eu ainda podia senti-lo. Não era apenas meu apuro estético,