Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2018

Mantra III

Não dá pra listar tudo aquilo que eu posso acreditar. Eu acredito na volta dos militares apesar da familiaridade, da facilidade, da memória... Eu acredito nesses e outros terrores. Eu acredito em genocídios piores. Eu acredito na estupidez humana. Os desastres que são acreditados são menores do que os créditos da minha tragédia imaginada. Eu acredito no heroísmo da vontade e em salvadores e ascetas. Eu acredito em milagres e invisibilidades. Eu acredito que há espelhos virados para dentro e nos vinte e dois arcanos maiores. Eu acredito no caminho óctuplo, nos sete pecados, e nas capitais do mundo, nas fronteiras e linhas imaginárias e no poder das palavras. Eu acredito nas diferentes culturas que se tornam a mesma quando demolidas até o átomo. Eu acredito em tudo. Eu acredito nas vindouras explosões– aqui, ou no coração das estrelas. Eu acredito que crio sigilos, que estão comigo em algum abismo enquanto eu tô caindo. Eu acredito qu

Friburgo

O que havia?  Uma casa abandonada  transformada num castelo em ruínas. Em cada lajota havia uma ideia. em cada mineral, um plano. Um chute - uma cobra e depois escorregando pelo rio frio antes de se secar com lareira e muitos panos. Em cada tiro, o alvo. E lá em cima havia tesouros de revistas,  reprises televisivas. Mentiras, brincadeiras, memórias,  e Pepitas.

Trimurti

Brilhante

Seta Brilhante De hoje em diante Dê passos calculados. Seja como flecha certeira que não suspira nem respira fundo mas que voa e sibila se aprofundando na mira. Mas vá certeira, não se perca, seja a própria matemática: Retese o arco, sibile e percorra pra se lançar ao longe no escuro onde o brilho fulgura. Seja brilhante Seja distante e Contudo, siga.

Mel de Coruja

   O sol passava horizontalmente pelas frestas da cortina como pinceladas retilíneas, porque a janela estava virada para o leste. O adormecido nem precisava do despertador, mas mesmo assim o havia colocado para as 7:15. O dedo repetiu a memória muscular e apertou o snooze... 8:30, porque ele não tinha compromissos marcados. 9:45, porque no inverno é bom ficar na cama até mais tarde, e o adormecido tinha assistido Além da Imaginação até as 3:30 da manhã.   Quando despertou de verdade, enrolou por mais dez minutos embaixo das cobertas.  Preparou o café conferindo mensagens, e em seguida lavou a boca do gosto amargo com um Carlton. O homem desperto adorava trabalhar em casa, pois fazia seus próprios horários e conduzia a sua vida da maneira que decidia. É claro que o homem desperto era também um homem endividado, além de atrasado em seus trabalhos, graças à arte de procrastinar assistindo antigos seriados de ficção científica.  A tv estava interessante depois do café-da-manhã co