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Laranja

O vermelho derrama como amor,
transborda em prazer e ultrapassa todos os riscos.
O azul é amplo como o rosto de Deus, infinito
como também são as formas de ficar deprimido.
O amarelo da riqueza é apenas isso, uma promessa muito bem escondida.
O verde é como a vida: múltiplo, mutante, doente, eventualmente podre.
O marrom além de ser uma bosta, é antiquado e soa como parece, um nome terrível
O rosa é confortável, belo e vulgar.
O roxo tem algo da realeza em ser venenoso,
e preto e branco são coisas para quem não vê gradações de cinza.
E laranja?
Tocada na tela
aridez
chupada no pé
acidez
Soprada em fagulhas
incêndio
Aos pés do chefão
infarto...
Mas a morte só vem no pomar.
Qual o lugar desse espectro de calor e frescor?
No fogo?
No filme?
Na foto?
Nas flores?
Na fruta?
No calor da dúvida, nessa lacuna.

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