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Ícaro

Eleva-se com bolsões de ar, 
Eleva-se como palavras flutuantes
.
Ele vê outros horizontes e enche de sol os olhos
Brilhando também as asas, o dorso, o corpo todo,
Como se emanasse brilho próprio
.
Na guinada desses ventos, desenterra o verdadeiro rosto
Há muito em si mesmo escondido,
E então, 
Torna-se Ícaro
.
Quis explodir cada fibra e cada cabelo
Saber que o sangue possui uma voz da cadência do coração
E que eu vai ouvi-lo murmurar nas artérias e vasos minúsculos
E cansar seus músculos
Como se houvesse uma escalada do corpo ao espírito da palavra
.
E então, quando Apolo aquecer o chão,
Vai contemplar a promessa de ouro,
E como se fosse feito de só palavras
Sua vontade irá
Alçar vôo
.
Eleva-se com bolsões de ar
e chove cera e poesia.

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