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Mostrando postagens de setembro, 2019

Laranja

O vermelho derrama como amor, transborda em prazer e ultrapassa todos os riscos. O azul é amplo como o rosto de Deus, infinito como também são as formas de ficar deprimido. O amarelo da riqueza é apenas isso, uma promessa muito bem escondida. O verde é como a vida: múltiplo, mutante, doente, eventualmente podre. O marrom além de ser uma bosta, é antiquado e soa como parece, um nome terrível O rosa é confortável, belo e vulgar. O roxo tem algo da realeza em ser venenoso, e preto e branco são coisas para quem não vê gradações de cinza. E laranja? Tocada na tela aridez chupada no pé acidez Soprada em fagulhas incêndio Aos pés do chefão infarto... Mas a morte só vem no pomar. Qual o lugar desse espectro de calor e frescor? No fogo? No filme? Na foto? Nas flores? Na fruta? No calor da dúvida, nessa lacuna.