Quando era um bebê a humanidade estendeu o braço para tocar a realidade - segurou o dedo do pai tocou o rosto da mãe e ainda precisava se segurar. Precisava tocar e se perguntar "será se isso é real?" Tinha que se apoiar e estava sempre em desequilíbrio. Quando era jovem a humanidade estendia o braço para o cigarro, pras ferramentas e pro pecado. Ainda caía, mas já sabia como fazê-lo. Também gostava das artes - e com suas mãos enfileirava letras, jogava pigmento, usava a espada, ou regia um concerto concreto na escultura, além de massagear o próprio ego. No cair da noite a humanidade usa os dedos nas teclas de piano e escreve cartas para os falecidos. A humanidade conta as contas no terço ou as horas apontando para o ponteiro enquanto ronda a casa sozinho. Nessa idade ela estende o braço pra agarrar-se à realidade antes que caia, mas sempre esteve caindo - esteve nas mutações do tempo, boiando no leito do rio cega para fonte ou foz apenas pres...