Aos doze anos de idade Bruno sonhou com sua mãe enquanto ela morria. No sonho ela usava um vestido laranja e estava de mãos dadas com um homem que tinha a pele azul-escura. O homem estava tranquilo, mas prendia com força a mão dela enquanto a levava para o fim de uma rua de uma cidade noturna. Esse era o sonho: Sua mãe indo embora levada por um homem cuja silhueta se misturava com o escuro e desaparecia. Até a cor vibrante do vestido perdia a saturação e o brilho com os passos em direção à noite. Mas mesmo separado por seis mil quilômetros e pelo sono, Bruno alcançou a mão livre de sua mãe e a segurou. Não deixaria que o homem azul-escuro a levasse para o outro lado, não enquanto pudesse resistir. Bruno puxou. Trouxe com força a mão dela pra perto, sem se importar que fosse levado junto. Não se separaria dela, não enquanto pudesse lutar. Mas era apenas um garoto de doze anos de idade, dentro de seu próprio sonho. O ceifeiro azul não desistiu, e dando um passo adiante fez com q...