Eu estou no tempo, nem perdido nem achado. Tô navegando e compondo o momento. Estou contemporâneo, conectado, recarregado e sem fio Colhendo informações de uma rede como o pescador tira peixe do rio. Estou ali e também em uma nuvem, num banco de dados. Tô concentrado em um chip de grafeno, situado a oito minutos da minha fonte de luz. Estou monografado, citado, citando e estou morrendo. Fui enquadrado sem carteira, sem vergonha, mas remunerado. Hoje em dia nem isso. Tempo difícil. Sou um homem moderno, no tempo; homenageando meus ídolos em redes sociais, travando guerras em vídeos e despejando fúria em podcasts. Fui linkado em um hypertexto, sou pretexto para stalkers e sofro de depressão, estresse pós-traumático, e não tenho um segundo a perder. A verdade está lá fora, mas eu estou aqui dentro, no templo do entretenimento. Vivo no cinema, mas assisto o que quero on...