Quando os europeus chegaram à ilha não havia nenhuma pegada. Ela estava nua; habitada apenas por espaços vazios, árvores e suas sombras. Assim, a ocupação foi fácil. A resistência que os europeus enfrentaram foi apenas o tempo e os esforços exigidos para o término das construções. Fizeram casas, armazéns, igrejas. Em poucos anos as famílias se multiplicaram e dobraram a esquina das gerações. Os anos seguiram, sendo interrompidos apenas no dia da Grande Partida. Durante um eclipse lunar todos na vila de repente perceberam que durante todos aqueles anos não estiveram sozinhos. Parados, fitando a luz evanescente da lua, as silhuetas dos antigos começaram a aparecer. Elas apareciam em ângulos ignorados e pensamentos reprimidos. Elas não surgiram – apenas se mostravam ao sair de suas tocaias ontológicas. Ao final do eclipse, os nativos olharam para os europeus e se foram. Eles, os nativos, os furtivos, os pálidos residentes da ilha. Eles, que sempre estiveram entre os europeus, obse...